As causas da doença são apontadas por irmãos do garimpeiro que trabalham numa das dragas que exploram as jazidas no fundo do rio Madeira, na região de Nova Mamoré, a sudoeste de Porto Velho.
Exames do paciente foram pedidos pelos médicos, mas os resultados ainda não foram divulgados. Altair teve três paradas cardíacas e respira com auxílio de máquinas.
O mercúrio é usado no garimpo para agregar o ouro em pó existente no cascalho retirado do rio. A contaminação ocorre quando os garimpeiros queimam com maçaricos os cascalhos para evaporar mercúrio das pepitas de ouro e inalam o vapor.
Um dos irmãos de Altair disse que embora usem o “cadinho”, uma pequena retorta, para queimar o mercúrio e evitar que o vapor seja aspirado ou disperso pelo meio ambiente, a poluição continua porque eles não se limitam mais a produzir pepitas, fundem-nas em barras usando métodos que não impedem a poluição. Para os trabalhos de fundição, os garimpeiros utilizam outros metais perigosos como o chumbo.
Quando Altair passou mal, o serviço público de Saúde de Nova Mamoré disse que o garimpeiro havia sofrido um ataque cardíaco e teria que ser removido para o Pronto Socorro João Paulo 2º em Porto Velho. O paciente viajou desacompanhado de médico e sem suporte para garantia de seus sinais vitais.
Intoxicação por mercúrio diagnosticado
Segundo a família de Altair, a situação se agravou quando ele chegou ao João Paulo 2º onde o diagnóstico de infarto do miocárdio foi confirmado. Ele teria que ser operado, mas não havia anestesista no hospital. Aconselharam a família a procurar um hospital particular. A família escolheu o Hospital Prontocor, onde Altair foi imediatamente atendido e corrigidos os diagnósticos errados feitos em Nova Mamoré e no João Paulo 2º.
Infarto
Constatou-se que Altair não havia sofrido nenhum infarto e estava em risco de morte por um edema pulmonar causado por intoxicação como a causada por mercúrio.
Monitoramento
O paciente passou a ter os sinais vitais monitorados eletronicamente e sua respiração auxiliada por máquinas.
Passados alguns dias, e a fase inicial de risco de morte, a família removeu Altair para o hospital geral público de Porto Velho, o Hospital de Base, pois ele não tem Plano de Saúde Privado para pagar as despesas de uma longa permanência num hospital particular.
FONTE: O MAMOÊ
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