Os namorados Wikerson Landin e Raquel Praconi foram jantar no
restaurante neste domingo e saíram de lá atônitos com os comentários em
voz alta de dois garçons direcionados a um casal gay que sentava
próximo. Depois de falarem forma pejorativa sobre um casal gay na mesa
42, que Landin não soube precisar se eram dois homens ou duas mulheres,
ouviu uma das garçonetes dizer: “deveria haver uma lei proibindo isso,
afinal onde já se viu ficar se beijando desse jeito”.
Ao reclamarem do tratamento aos outros clientes ao pagarem a conta,
o casal teria sido confrontado por um dos garçons, identificado como
Elias, que afirmou que o local não era para “desse tipo de coisa”. Até o
gerente da casa teria sido complacente e disse que se houvessem
crianças no recinto a casa teria que intervir: “caso aconteça coisas
assim, como casais homossexuais se beijando na frente de crianças, a
casa iria intervir, pois os clientes não são obrigados a ver isso”,
contou o cliente que disse que o local era um dos seus prediletos mas
que não irá retornar, já que ele mesmo, por outro motivo, poderia ser
alvo de comentários maldosos por parte dos garçons indelicados.
Se você conhece quem era o casal gay citado, peça para
entrarem em contato conosco. Parabéns ao casal que reagiu e não se calou
frente a esta injustiça. Confira o depoimento denunciando a situação
constrangedora:
“É com muito pesar que relato um incidente ocorrido na noite de
hoje (26) no restaurante A Pamphylia, localizado no bairro Batel, em
Curitiba. Antes de tudo, quero deixar claro que tinha essa casa com uma
das minhas preferidas na cidade – característica que infelizmente não
poderei associar mais a este lugar.
Eu e minha namorada fomos à casa hoje por volta das 21h. Comida
muito boa, ambiente agradável até que percebemos, diante de nós dois
garçons conversando sobre alguns dos clientes da casa. Os comentários em
tom pejorativo se direcionavam à “mesa 42”, que segundo eles recebia
naquele momento um casal gay (não sei se homens ou mulheres), que
estaria se beijando ali.
Uma das garçonetes ressaltava a todo instante que devia “haver uma
lei proibindo isso, afinal onde já se viu ficar se beijando desse
jeito”, fato que contava com o apoio do outro garçom, este chamado
Elias. Depois de um tempo eles saíram da posição em que estavam, foram
servir outras mesas, mas posteriormente voltaram para o mesmo ponto –
diante de nossa mesa – em que voltaram a falar sobre o assunto.
Os comentários, em voz alta e que podiam ser ouvida perfeitamente
não só pela nossa mesa, mas por outros presentes, deixaram incomodada a
minha namorada que, quando nos levantamos para pagar a conta, se dirigiu
ao garçom Elias para dizer que “esse tipo de comentário não é correto e
falar mal de outros clientes, diante de clientes é desrespeitoso e
errado. Afinal, o que garante que depois de sairmos do lugar não
seríamos os próximos alvos dos comentários”.
Para nossa surpresa o garçom Elias respondeu os comentários de
forma ríspida, afirmando que todos tem direito a ter uma opinião e
deixando claro que ali não era lugar “desse tipo de coisa”. Durante a
“conversa”, quando indagado se gostaria de ouvir comentários desse tipo
relacionados a ele, respondeu que “se garante e come mulher”.
Ao pagar a conta, comunicamos os fato a o gerente, que pediu
desculpas pelo ocorrido, mas “remendou” a situação de forma ainda pior,
afirmando que “caso aconteça coisas assim, como casais homossexuais se
beijando na frente de crianças, a casa iria intervir, pois os clientes
não são obrigados a ver isso”.
Enquanto pagávamos a conta e descrevíamos o fato para o gerente, o
garçom Elias passou pelo caixa e, de maneira grosseira e estúpida, bateu
a punho na mesa e disse “falei mesmo”, se dirigindo à cozinha. Apesar
da promessa de que “os garçons não devem comentar coisas assim em
público” e que “vamos conversar com ele porque isso não pode acontecer”,
o que se viu foi não só um ato de homofobia, como um total desrespeito
ao cliente.
Tendo em vista a maneira pouco receptiva com que a reclamação foi
ouvida, é de se imaginar que nenhuma providência seja tomada – o que
infelizmente deve fazer com que as coisas fiquem por isso mesmo. Se
reclamar diretamente com o garçom não resolveu e reclamar com o gerente
muito menos, infelizmente não me sinto à vontade par voltar ao lugar
(que torno a dizer, era tido por mim como um dos melhores de Curitiba).
Ficaria muito feliz de saber que essa reclamação surtiu algum
efeito ou que eventuais providências foram tomadas. Mais do que o ato
homofóbico relatado acima, deixo a reclamação de um cliente insatisfeito
que viu os funcionários da casa fazendo piadas em voz alta e comentando
em tom jocoso suas opiniões sobre os frequentadores da casa. Deixando
de ir ao local, fico ao menos com a certeza de que não serei alvo de
comentários por estar agindo desta ou daquela forma em uma das mesas”.
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