Após viver seis anos na ilegalidade nos Estados Unidos, na região de Boston, Rilvane foi pega de surpresa no dia 14 de abril do ano passado, quando acabou flagrada dirigindo sem documentos. Passados 64 dias da prisão, ela foi deportada para o Brasil, mas deixou para trás uma parte de si: a filha Sarah Miranda Duarte, que no próximo dia 25 de fevereiro completa cinco anos.
Trabalhando como house cleaner, o equivalente às diaristas que fazem serviços domésticos no Brasil, Rilvane vivia com Célio Duarte, que após a prisão da companheira à deixou sem o menor amparo. Na cadeia aguardando deportação, a vilhenense passou por todo tipo de constrangimento, e no desespero de conseguir trazer consigo a filha - que é cidadã norte-americana, abriu mão de qualquer direito a pensão e outros benefícios.
Entretanto, mesmo tendo feito acordos com o ex-marido, o qual em menos de duas semanas após Rilvane ser detida arranjou outra companheira, este jamais foram cumpridos por Célio.
Em 09 de junho do ano passado a vilhenense desembarcou no Brasil sem a pequena Sarah, pois na última hora o ex-marido desprezou outro acordo feito com ela, e a impediu de trazer a criança.
Desesperada, a mãe continuou a lutar para resgatar a filha, mas todos os esforços foram em vão. Em setembro do ano passado ela chegou a gastar quatro mil dólares em passagens e estadia de uma prima, que iria aos Estados Unidos buscar a criança, após outro acordo feito com Célio. No entanto, mais uma vez ele não cumpriu o combinado.
O que revolta mais a vilhenense foi a forma como as autoridades americanas trataram o caso. "Eu fui praticamente forçada a vir embora sem a Sarah, pois me garantiram que o governo brasileiro tinha um departamento específico para lidar com este tipo de situação, o que não é verdade. É incrível descobrir que para eles é mais importante expulsar uma imigrante ilegal do que se preocupar com o bem-estar de uma cidadã norte-americana, que está afastada da mãe numa idade tão delicada", argumenta.
Rilvane não desiste e tem um advogado contratado nos Estados Unidos para cuidar do caso. Ela também já esteve no Palácio do Itamaraty duas vezes tentando sensibilizar o Ministério das Relações Exteriores acerca da situação. No entanto, as coisas estão caminhando à passos lerdos, aumentando o temor da vilhenense.
A maior preocupação é que Célio, que também é imigrante ilegal, acabe obtendo o green-card e dificulte ainda mais as coisas. "Ele já tinha um filho antes de ficarmos juntos, e agora a atual companheira dele está grávida. Pela lei norte-americana, um imigrante que não represente risco à segurança do país e que tenha três filhos nascidos na América fica habilitado a conseguir sua legalização de forma facilitada. Se isto acontecer temo que será muito difícil conseguir trazer minha filha para cá. E sei que a Sarah está sofrendo muito com esta situação, encerrou Rilvane entre lágrimas.
FONTE: RONDONIAOVIVO
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