5 de janeiro de 2012

Conab diz que café é de baixa qualidade

A produção do café nosso de todo em Rondônia tem como base os municípios de Rolim de Moura, Cacoal e Ariquemes, principalmente. Mas Porto Velho também dá sua contribuição no segmento do pretinho. Pelo menos oito fábricas trabalham com a industrialização do produto, torragem e empacotamento. Cerca de 50% da substância arábica vem dos Estados de Minas Gerais e Santa Catarina. As indústrias de café da Capital fazem a mistura dessa substância com o conillon  para o produto ficar mais consistente.
João Maria, proprietário do Café Japurá, explica que o tipo conillon produzido no Estado não é suficiente para fazer do café um produto saboroso. Por isso, o bland – que é a mistura do conillon e arábico – ajuda na pureza e melhor qualidade do produto.
João é paranaense e há 15 anos industrializa aproximadamente 25 mil quilos por mês. O empresário avalia que o crescimento da Capital contribuiu em 20% na comercialização do café produzido em Porto Velho.
O gerente de compras Ricardo Azevedo, do Café Mirim, tem opinião contrária. Segundo ele, não houve repercussão no aumento das vendas. Na avaliação de Ricardo, as pessoas vindas de outros Estados não valorizam os produtos da região e optam por comprar os que elas já conhecem.
A Café Mirim está no ramo da industrialização desde 1972, em Guajará-Mirim. De acordo com Ricardo de Azevedo, são produzidos cinco mil quilos de café mensalmente. Apesar de dizer que não houve aumento nas vendas, Ricardo afirma que a demanda continua grande e que todo produto distribuído no Estado é vendido.
35 MIL PRODUTORES

De acordo com dados da última pesquisa de 2011, divulgada no dia 23 passado pela Companhia Nacional de Produção e Abastecimento (Conab) de Rondônia em parceria com Emater, existem no Estado 35 mil propriedades rurais espalhados em 49 municípios e três distritos, dentre eles 5% adotam tecnologia e práticas culturais, como emprego de cultivo para melhorias do produto. Em 2011 foram recolhidas 1,42 bilhões de sacas, 39,7% inferior ao ano passado que produziu cerca de 2,36 bilhões de sacas de café.
Neste ano, foram produzidas 9,31 sacas por hectares, bem menor em relação ao ano passado que conseguiu atingir 15,3 sacas por hectare. As causas são atribuídas aos elevados custos de insumos e mão de obra, baixa fertilidade do solo, cafezais decadentes, praticas inadequadas de manejo e ausência de poda.
De acordo com engenheiro agrônomo Anderson Gomes, a baixa produtividade é normal, faz parte da fisiologia do cafeeiro, um ano produz bem e no outro tende a reduzir, outras fatores que influenciaram na diminuição do produto foi a alta temperatura e a falta de chuva na época de floração do café, nos meses de julho a setembro, sem esses atributos a produção teve uma queda de quase 40%.

BAIXA QUALIDADE DOS GRÃOS

O café produzido em Rondônia é considerado de baixa qualidade, segundo a Conab. Isso, segundo a pesquisa do órgão, ocorre porque os grãos são colhidos ainda imaturos e colocados em sacos de ráfia. O produto permanece por vários dias fermentando, são secos a altas temperaturas em curto espaço de tempo em secadores particulares, prejudicando a qualidade do produto. A falta de investimento e orientação técnica também influi no prejuízo.
Mesmo assim, o Estado ocupa o segundo lugar no ranking como maior produtor de café conillon, e em se tratar do produto café, Rondônia assume a posição de sexto lugar na produção de café a nível nacional. O município de Cacoal é o maior produtor do grão no Estado ficando em segundo Alta Floresta, em seguida Alto Paraíso.
FONTE:O MAMORÉ

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